Voltei de mais uma semana missionária, mas não é desse assunto que venho tratar nesse post.
Esse post é uma homenagem, pra alguém que não sabia ler, ou falar, mas que podia sentir e demonstrar seu amor de outras formas.
Me lembro como se fosse hoje, eu tinha 5 anos, mais uma viagem para Ribeirão Preto quando paramos em um posto, e antes de ir embora resolvemos passar na feira de filhotes, ele estava lá, numa gaiolinha, todo preto, uma manchinha branca no peito, abriu-se a gaiola e ele correu direto para o meu pai. Ele acabou terminandoa viagem conosco, lembro-me de todos os chinelos destruídos, as bolinhas pela casa, os tênis que sumiam e apareciam em baixo da cama, de seu medo de ficar para trás quando viajavámos, de suas intrigas pessoais com alguns cachorros, de quando ficou doente por ter ficado longe de nós ou da vez que por ter levado uma mordida, passei pasta de dente em sua boca. Fomos crescendo juntos, como amigos, companheiros, irmãos, que tinham suas briguinhas mas se amavam, entre mordidas,carinhos e passeios, apresentou para meu irmão( que formava perfeitamente a dupla salsicha e scooby com ele haha) o amor de sua vida, e ficou ao nosso lado quando estávamos doentes, ou tristes. Fomos crescendo, crescendo, eu ganhando altura, meu irmão casando-se, e nosso anjo de 4 patas, ganhando pelos brancos, orelhas cinzas, uma hérnia de disco, ficando ranzinza, e perdendo a visão, mas não sua alegria, e nem seu amor.
Eis que percebo sua fragilidade, e também o quanto nos aproximamos agora estávamos mais maduros, e de repente vejo que ele não está bem, que seus rins se comprometem, assim tão rápido. Mas ele continuava forte, lutando, sendo exemplo para cada um de nós, sendo alguém digno de respeito, admiração, amor, aquele tudo conhecia, tudo sabia, que nos alertava através de suas mordidas, ou rosnados, das coisas erradas que fazíamos, e que nos matava de rir quando soltava um pum, e se entregava ficando bravo.
Aquele que me ouvia cantar, e me encontrava quando percebia o barulho da música, que eu aprendi a amar, e só tenho que agradecer por passar pela minha vida.
Eis que recebi a noticia, que ele tinha partido, meu cachorro, meu companheiro, meu Scooby Doo, o que não  nos julgava, nos protegia e amava de seu jeito, as lágrimas são inevitáveis, ea saudade, e a dor da sua ausência são grandes.
Mas eu estou aqui não para fazer de post uma tristeza sem fim, mas para agradece-lo por todas as suas palhaçadas,confortos, rosnadas, carinhos e até por suas mordidas, pedir perdão por todos os meus erros, por todas as vezes que faltei com ele, e por tudo aquilo que eu tenha feito que possa ter o magoado. E dizer que vou lembrar-me sempre dele, e de sua dignidade, de tudo que vivemos juntos, de nossas alegrias, e vou ama-lo sempre e por isso pude(ou estou tentando), compreender a vontade de Deus, perceber que seu tempo na terra foi cumprido e que agora ele está bem onde está, correndo e aprontando lá em cima, mas olhando por nós.
Obrigada Scooby, você foi um grande cachorro. (: